domingo, 6 de maio de 2007

Um corpo boiando no açude


Mais um trechinho do meu livro, desta vez apresentando outro ingrediente básico de minha história: a morte...

          O corpo foi visto boiando numa tarde de domingo nas águas turvas do açude onde se destacava com sua nudez branca. Foi uma correria sem tamanho. “Do jeito que nadava num pode tê sê afogado!” diziam todos os que iam se achegando para assistirem ao resgate que era feito pelos dois melhores nadadores da colônia. A primeira vista nem parecia morta. “Deve de tá brincando; troçando com a gente!” __iludiu-se um dos brincantes. Um pouco mais de apuro no olhar, no entanto, tirou-lhes qualquer dúvida. Estava morta: afogada.
           Trazida à margem do açude foi alvo de todos os olhares e de todas as especulações. Que teria acontecido? Afogamento, difícil de ter sido, pressuposto que nadava feito peixe. Talvez um acidente? Um mal súbito? Ou então... Meu Deus! Será que alguém teria matado-a? Mas quem? Por que? Mima era tão bonita e altruísta. Dava o que de melhor possuía: sua própria carne a quem a desejasse. Ninguém a mataria, seja por falta de razão ou de coragem.
           Cobriram-na com um lençol e trataram de designar alguém para que fosse à sede da fazenda avisar a polícia através do único telefone disponível. Com a chegada da polícia todas as especulações foram repetidas e acrescidas das mais variadas opiniões e sugestões. Ao final dos interrogatórios informais, tomadas de materiais para análise e demais formalidades a conclusão, a princípio informal e depois oficial, foi no sentido do afogamento; certamente motivado por um mal súbito. O açude era traiçoeiro e, além do mais, o fato ocorrera depois do almoço e a família informara que ela comera demais naquele domingo em que a mãe fizera sua comida preferida: inhoque. Pronto! Haviam encontrado o assassino... Culposo, mas de qualquer forma um culpado para a morte de Mima: o inhoque da coitada da mãe.
           A pobre morrera de congestão e a mãe, por pouco não morreu de arrependimento.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito legal esse trecho meu velho. Não conhecia esse seu lado, tipo funebre....hahahahhaha (to brincando).
Abraço e qdo o livro virar um best seller me chama para a noite de autografos.
Abraço.
Julio Punk.

Su e Mayco disse...

Adorei..

Gosto muito de ler mas nao sou boa para criticar nada, o capitulo ficou legal, mas nao sei qual o enfoque que vc quis dar, nao sei qual o sentimento q quis despertar no leitor...
Eu particularmente leio muito os livros da Ligia Fagundes Telles, que detalha muito tudo que acontece, ate os suspiros, o espirro, o frio na barriga....
Ja esse trcho de seu livro podia ser um pouco mais detalhada para criar um maior suspense, ou nao, ja que nao sei qual a sua intencao...

Mas adorei... nao sabia que vc levava a serio essa historia de escritorzim...

Parabens...

Agora estou curiosa para ler o livro todo..rsrsrs....

Bjs...

Mozzambani disse...

Julio e Suellen!
Grato pelos comentários. Espero tê-los sempre por aqui nesta fase de divulgação de "Embrulhos"...
As opiniões me farão aceitar, talvez, o que ainda falta em meu livro!
Abraços!

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